Pitboy carioca preso na Austrália

Fonte Terra:

Sexta, 30 de abril de 2004, 06h29
Pitboy carioca é preso na Austrália




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O empresário e lutador de jiu-jítsu Bruno Meyer Gonçalves de Sá foi preso em Sidney, na Austrália. Meyer estava foragido desde 2 de dezembro de 1997, quando foi condenado a quatro anos e oito meses de cadeia por espancar o empresário Luis Felipe Rego Maciel, na porta da boate Hipopotamus, no Rio de Janeiro.
De acordo com o jornal O Globo, o empresário foi preso em uma operação articulada pela Interpol do Brasil. Bruno foi preso às 20h10m de quarta-feira (horário de Brasília), na academia Fitness First.

Depois da agressão sofrida, Luís Felipe ficou 29 dias hospitalizado. Um amigo de Luís Felipe também foi agredido na ocasião. Luís Felipe era ex-namorado da irmã de Bruno, Anna Thereza.



Antes tarde do que nunca.Que isto sirva de exemplo para os arruaçeiros de palntão.

Empresário pitboy é preso na Austrália

Jailton de Carvalho

BRASÍLIA. Numa operação articulada pela Interpol do Brasil, a polícia australiana prendeu anteontem o empresário e lutador de jiu-jítsu Bruno Meyer Gonçalves de Sá, em Sidney. Meyer estava foragido desde 2 de dezembro de 1997, quando foi condenado a quatro anos e oito meses de cadeia por espancar o empresário Luis Felipe Rego Maciel, na porta da boate Hipopotamus, no Rio de Janeiro. Luís Felipe ficou 29 dias hospitalizado. Um amigo de Luís Felipe também foi agredido na ocasião.

Luís Felipe era ex-namorado da irmã de Bruno, Anna Thereza. Bruno Meyer era, até agora, um dos símbolos da impunidade dos chamados pitboys, praticantes de artes marciais de classe média que têm atormentando as noites de algumas casas noturnas no Rio com arruaças e brigas.

-- A prisão dele mostra a importância da cooperação policial internacional. Só conseguimos chegar até ele através de um estreito trabalho de cooperação com a polícia australiana -- afirmou o coordenador substituto da Interpol no Brasil, delegado Reinaldo de Almeida César.

Foragido dava aula de artes marciais

Bruno foi preso às 20h10m de quarta-feira (horário de Brasília), na academia Fitness First, em Sidney. Depois de descobrir os endereços do empresário, a polícia australiana montou um engenhoso plano para prendê-lo sem que ele pudesse esboçar nenhuma reação.

Um dos policiais australianos ligou para a academia com o pretexto de contratar os serviços de Meyer, que trabalhava ali como professor de artes marciais. A partir deste primeiro contato, ele marcou encontro com o homem supostamente interessado em suas aulas.

Mas, na hora da entrevista que precederia a assinatura do contrato de trabalho, o policial australiano deu voz de prisão ao brasileiro. Na frente dos chefes e de alguns alunos, ele não reagiu.

Inicialmente, os policiais australianos planejaram prender Meyer no quarto da casa em que ele morava com uma idosa e uma criança. Mas, como ele tem fama de violento, os policiais optaram pela prisão na academia. Isso pouparia a idosa e a criança de eventuais cenas de uso de força. O plano foi bem-sucedido e, imediatamente, a informação sobre a prisão do lutador foi repassada a Interpol do Brasil.

Prioridade para o pedido de prisão

Bruno Meyer estava foragido há sete anos. Em outubro do ano passado, a Interpol do Brasil, ligada à Polícia Federal, decidiu apertar o cerco sobre o lutador. Os policiais brasileiros enviaram para a sede da Interpol na França o pedido de prisão para fins de extradição de Meyer.

No pedido, com tarja vermelha (considerado prioritário), Meyer é classificado como violento e perigoso. O pedido foi distribuído para as polícias de 181 países associados à Interpol.

Recentemente a polícia australiana respondeu o pedido com a informação sobre a localização de Meyer. A partir daí, o delegado Reinaldo de Almeida César passou a articular, com a ajuda da Embaixada da Austrália no Brasil, as medidas necessárias ao cumprimento do mandado de prisão contra o lutador.

Pouco mais de um mês depois dos primeiros contatos, os policiais australianos anunciaram a prisão de Bruno Meyer. O governo brasileiro tem, desde o momento da prisão, dois meses para formular o pedido de extradição do lutador.

Surra não parou nem com a vítima desacordada


O empresário Bruno Meyer Gonçalves de Sá pode ser considerado o precursor do que hoje é conhecido como pitboy. Faixa azul em jiu-jítsu e com fama brigão, Bruno espancou o empresário Luiz Felipe Maciel e um amigo deste, Cláudio Versiani, na noite de 25 de dezembro de 1995. As vítimas entraram na Justiça contra o jovem, que estava foragido desde 1997, depois que a Justiça determinou sua prisão por quatros anos e meio.

A violência com que Bruno agrediu os dois rapazes repercutiu na cidade. A confusão aconteceu na antiga Boate Hippopotamus, em Ipanema, e começou após Bruno ter um desentendimento com Luiz Felipe, ex-namorado de sua irmã, Anna Thereza. Numa conversa, Luiz Felipe quis saber por que Bruno Meyer era contra o namoro dele com Anna Thereza. O lutador se irritou com a pergunta e partiu para agressão. Primeiro acertou um soco em Cláudio Versiani, que tentava impedir a briga. Depois, já expulso da boate, Bruno Meyer voltou ao ataque e, com um soco na nuca, fez Luiz Felipe desmaiar.

Não satisfeito, o lutador surrou Luiz Felipe, indefeso no chão, por mais dez minutos. Testemunhas contaram na época que Bruno Meyer só não matou Luiz Felipe porque foi contido pelo professor de lutas Sílvio Bhering. A violência dos socos e pontapés fez com que Luiz Felipe ficasse internado 28 dias, dez deles na UTI. Luiz Felipe sofreu três fraturas no lado esquerdo do rosto, fratura na mandíbula e no malar, luxação num canino e traumatismo abdominal. Versiani teve o nariz quebrado.

Depois da briga, Bruno -filho do dono dos armazéns alfandegários Grümey, viajou para São Paulo. Os parentes contaram que ele tinha saído da cidade porque estava assustado com a repercussão do caso. Antes de fugir, o lutador alegou em depoimento que Luiz Felipe o teria xingado e assumido uma "posição de ataque, agressiva".

O Ministério Público denunciou o lutador em maio de 1996, por lesão corporal gravíssima. A prisão foi decretada em 1997, pelos desembargadores da 4 Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Em primeira instância, ele já tinha sido condenado a nove anos em regime semi-aberto. Os desembargadores tinham reduzido a pena porque entenderam que o crime contra Luiz Felipe é de lesão corporal grave e não gravíssima, como decidira a juíza da 21 Vara Criminal, Sirley Abreu Biondi, que havia julgado o caso pela primeira vez.

Além da prisão, decretada em última instância cinco anos após a agressão, Bruno foi condenado a pagar R$ 1,2 milhão de indenização por danos morais. A demora para encontrar o lutador chegou a desanimar Luiz Felipe. Há três anos ele afirmou não acreditar que iria receber o dinheiro. Desde a decretação da prisão do Bruno, Luiz Felipe afirmava que o rapaz estava escondido em Miami. Mas, desde então, a polícia, ainda não o tinha localizado.

Durante o processo, o advogado Clóvis Sahione, que defendia Bruno Meyer, tentou provar que o lutador agiu involuntariamente. Sahione pediu à Justiça que Meyer fosse submetido a exame psiquiátrico. Para o advogado, a surra que Meyer deu nos dois rapazes podia ter sido motivada por um ataque de epilepsia. Com esse argumento, o advogado Clóvis Sahione tentou provar aos desembargadores da 4 Câmara Criminal do Tribunal de Justiça que Bruno agiu involuntariamente. O pedido, no entanto, foi negado.

Aproveitando que o Mestre Sylvio Behring aparece de vez em quando por aqui, ele poderia nos contar um pouco mais sobre o que aconteceu

A história é exatamente essa...o Bruno estava espancando o Felipe desacordado e eu ja estava ouvindo aquele som de soco na cara há alguns segundos, quando vi o agressor de pé desferindo seguidos socos numa vítima desmaiada. Ao identificar a situação gritei para que parasse imediatamente, porém o cara estava enlouqecido e, como se quisesse me mostrar sua ira, deu um chute no rosto e um pisão na barriga, durante o tempo do meu trajeto até o local, correndo. O bruno ainda parou, meio que me encarando, mas ao perceber que eu vinha decidido a pará-lo, recuou e saiu correndo deixando o Formiga em convulsões, golfando sangue e literalmente amassado.

Era Natal e só fiquei sabendo de notícias quase um mês após o ocorrido..estava em Maresias quando uma amiga minha ligou comentando que o caso tinha parado nos jornais e que a vítima estava mal. Ao voltar ao Rio, fui procurado pelo Pedro Werneck (faixa preta da Gracie Humaitá), que soube por conhecidos que eu presenciara a covardia e me levou para visitar o felipe no Hospital Silvestre.

O cara tinha perdido 19Kg e parecia um prisioneiro de campo de concentração em fase terminal... um absurdo! As cicatrizes ainda estavam recentes e as marcas da surra eram definitivas.



Fui imediatamente á Delegacia de polícia para depor e tive o prazer em testemunhar contra o Bruno pois a cena que presenciei foi de uma frieza e maldade que merecia uma lição na mesma proporção...ainda acho pouco tempo para quem fez o que ele fez e ainda conseguiu fugir passando nove anos até ser encontrado para pagar pelo seu crime.

E ainda mais dando aulas de Jiu-Jitsu!!! Isso parece piada, mas não é...é a imagem que tentamos limpar a cada dia que colocamos o Kimono e entramos no tatame, vem sempre um infeliz para tentar derrubar...

Parabéns à Polícia pelo trabalho realizado e espero que a Lei seja cumprida.

Abraço,

Sylvio Behring